16 de setembro de 2011

Alcova

Encarcerado encontro-me vivendo
Nessa prisão de latentes sentimentos
Erguida foi com paredes ilusórias
Para reter toda vida, uma história

Tento em vão evadir-me desta alcova
Que outrora foi meu recanto mais querido
Mas já cansado deste amor que posto a prova
Encontro agora meu carrasco, o destino

Mas não se enganem esse muro irá ruir
Pois suplantado pelo tempo a corroer
E o prisioneiro ainda há de transponir
Se Libertar mais uma vez para o viver

Quem nesse mundo, ser vivente, não ficou
Acorrentado a espera de um amor
Na esperança de que tudo ia mudar
Destino triste de quem se dispõe a amar

4 comentários:

  1. O ser Humano nunca pôde afirmar ser completamente livre, sempre estivemos presos a algo. E porque não dizer que precisamos estar presos a algo! Principalmente se tratando de sentimentos frustrados construídos e sustentados pela leda ilusão de que tudo um dia irá mudar.

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  2. muda se só os anceios e medos, mas o sentimento de prisão é eterno. estamos sempre aderindo a novas prisões... estamos sempre domesticando a mesma. é inutil desprender-se do amor, ele te algemara mais na frente. seria o amor combustivel da vida? não vivemos sem, o pior de tudo não temos um filtro pra isso tudo, um detector ou coisa do tipo. sempre pizamos na areia movediça.

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  3. Sempre acho difícil comentar poesias. Preciso de tempo para digerir, e acho difícil transformar os efeitos em palavras; elas simplesmente rebatem por dentro e não se sabe ao certo o que vai ser. Acho que amar deve libertar, se não não é tão bom. Mas nada é ideal, então nos prendemos. A liberdade deve estar mais no verbo. Mas não sei, só estou tentando colocar aqui as ressonâncias. Mas escreveu bem, o que dificultou meu trabalho de comentar.

    http://www.costabbade.blogspot.com/

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