22 de setembro de 2011

Tardio


É chegada a hora da partida
Expulso, sigo pra local desconhecido
Abandonando morada ainda querida
Pois mesmo pulcro foi por dentro consumido

Por um momento reingresso em vivenda
E com pesar rememoro com Carinho
De outra vida que habitou mas foi embora
Transformando o que foi casa em jazigo

E só então recomeço meu derivo
Peregrinando, pleiteando novo abrigo
Levando junto meu alforje com lembranças
Fardo Pesado que estorva meu caminho

Mal necessário que se faz para trilhar
Novo destino rebuscando harmonia
Sina penosa de quem ja viveu outrora
Num coração de um outro alguém que foi embora

16 de setembro de 2011

Alcova

Encarcerado encontro-me vivendo
Nessa prisão de latentes sentimentos
Erguida foi com paredes ilusórias
Para reter toda vida, uma história

Tento em vão evadir-me desta alcova
Que outrora foi meu recanto mais querido
Mas já cansado deste amor que posto a prova
Encontro agora meu carrasco, o destino

Mas não se enganem esse muro irá ruir
Pois suplantado pelo tempo a corroer
E o prisioneiro ainda há de transponir
Se Libertar mais uma vez para o viver

Quem nesse mundo, ser vivente, não ficou
Acorrentado a espera de um amor
Na esperança de que tudo ia mudar
Destino triste de quem se dispõe a amar

14 de setembro de 2011

Utopia


Que sina é essa que repete-se outro dia
Revivendo novamente a mesma fantasia
Cegando-se ao que te cerca, desarmonia
Pouco a pouco afastando quem bem te queria

Que sonho é esse que tende a distorcer
Tudo aquilo que já houve sem se enternecer
Mergulhando sem pensar nessa imensidão
Esquecendo que toda história sempre tem um vilão

Destruindo sem hesitar tudo aquilo que criou
Sem ao menos se lembrar de como ali chegou
Pois quem estava no caminho e sempre a ajudou
Só obteve uma paga, novamente, desamor...

Pobre Alice entorpecida
Que teima em não acordar
Não se lembra que os caminhos
Só à levam pra um lugar

Sinuoso é o espinho
Que atravessa o coração
Neste "País" das maravilhas
Onde a vida é ilusão

12 de setembro de 2011

As cinco estações.

Vai... alça vôo
Mas não tarde a voltar
Que o coração já tende
sempre à esperar

Cuidado... não se engane
Pois espinhos há muitos e vis
E machucam novamente
Ao mais leve suspirar

Volta... não demores
Com esperanças a renovar
Droga sempre necessária
Que motiva a tentar

Traz... bem consigo
A riqueza de um amor
Pois é sempre nova hora
Para se reecontrar

Fica... por enquanto
Até a próxima estação
Para só então realçar vida
Atrás de nova ilusão

Cessar...


Quando o brilho desse olhar finalmente apagar
O sonho não será mais sonho
Materializar-se em realidade
só então descançará

Quando o bater desse amor cessar
Todo o pesar será retirado
Os grilhões serão quebrados
Finalmente voará

Quando toda vontade for subjugada
Não haverão mais remorsos
Nem mais perdões para dar
Só um novo amor para amar.

Simplismente amo


Amo de forma absoluta
Amo com todo meu coração
Amor que não tem lógica
Amor que não te explicação

Amor que cresce com o passar do tempo
Amor que mesmo não correspondido
Teima em permanecer firme em meu coração

Amor gratuito
Amor simplismente amor
Na sua forma mais simples e pura
Mas nunca deixando de ser amor

Amor que só aparece uma vez na vida
Assim como um sonho que se sonha a dois

Amor que se conjuga em conjunto
Somos, fomos, seremos...
Quem sabe um dia, dois!

Amor que não mede limites
Que não teme, não para
Continua incansavelmente
Inconscientemente sendo amor

E assim vou vivendo com este amor intrínseco
Que nunca deixará de habitar meu ser.

E só uma certeza me resta
Que até o ultimo dia do bater deste coração
Ele há de morrer de amar
Por ter amado mais do que pode

Sobrecarregado de tanto amor...

Sem sentido...


Lá se vai meu amor...

É com pesar que relembro
O grito abafado, e indistinto que aflorou do meu coração
Pois naquele momento perecia um amor
Suplantado pelos percalços da vida.

Lá se vai meu amor...

Com semblante triste encontro-me em silêncio
Pois só resta a mim para velá-lo.
Amor que outrora foi lívido e forte
Agora sucumbiu...

Lá se vai meu amor...

Agora escuto a triste marcha fúnebre que se aproxima
Num gesto singelo dou meu adeus.
Pois coragem de relembrá-lo não tenho
Pois junto com o cruel destino...

...Lá se vai meu amor...

Será que podia eu ter feito mais?
E com este reflexo agora percebo
Que junto com meu amor...
Foi-se embora a felicidade que um dia eu conheci...

E lá se foi meu amor...